São Tantas Coisas...

Desejos reprimidos  são ordinários,  impiedosos,  nocivos,  desabonador. Só tem me restado dormir pra sonhar gozando.

Escrever sobre nada é escrever por necessidade. Não sei por que escrevo. Já não cato mais um real pretexto que me forja escrever. Escrevo por escrever. Escrever liberta. Escrevo pra ver no que vai dar. Nunca estou desacompanhado.  Converso com minhas convicções. Escrevo para esquecer.  Para lembrar.  Para esquecer de novo. Quando não estou fazendo nada, escrevo. Escrevo quando não estou fazendo nada. Quando contemplo o que foi escrito,  São tantas coisas.

  Um dia na avenida percorria eu. Trafegava sobre o tapete preto, porque andar nas calçadas em altas horas é temerário. E passava alguém. Alguém caminhava. Eu corria. Corria porque tinha medo de alguém. Alguém apenas caminhava. Não se tem relatos que alguém tinha medo de mim, só se sabe que eu tinha medo de alguém. Eu corria em direção a luz. Alguém corria em direção ao mar. Eu corria em direção porque tinha medo de alguém, e não há relatos se alguém tinha medo de mim. E não se tem relatos porque alguém caminhava em direção ao mar. Só se sabe que eu tinha medo de alguém porque desconhecia a identidade de alguém. Será que alguém tinha medo de mim? Toda via não simbolizo medo. Se bem que alguém tinha o direito de ter medo de mim. Contudo, não há relatos se alguém tinha medo. Um dia na avenida trafegava eu e alguém. A bulevar estava escura. A hora era aquela em que o sol está no nadir. Eu tinha medo e não há relatos se alguém tinha medo, uma vez que não se sabe seu causa...

Tem dias que acordo tão: Para baixo, Pobre, Triste, Murcho, Pequeno Caído, Sem vida, Já em outros tão rígido rasgando as vestimentas.

Até quando vou resistir tua ausência por dentro de mim? Uma parte sua está faltando aqui. Uma parte minha está sobejando aí.

Tudo o que possuo aqui é seu. Use – o como quiser. Deixe-o como gostar. Só carecia assassinar minhas vontades.