Eu não vou desistir de mim.



Reconheço que meu ser está manchado por vestígios que a vida fez.
E reconheço que minha ilusão de felicidade, era só uma ilusão mesmo.
Convivi com pessoas vazias, estas que me evacuava.
Necessitava de alguém sempre ao meu lado, e muitas das vezes, unicamente por está, porque havia desaprendido a conviver comigo.
E junto disso, vieram às dores acompanhadas das rasteiras dos falsos amores;
Veio à ilusão que para está feliz eu precisava de alguém.
Veio o medo de necessidades.
Doava-me ao extremo sem retorno.
Aguardava a volta que não vinha que não veio.
Por esperar ou confiar-se além da medida nos outros.
Contudo, diante de tantas quedas e machucados, fui criando casca bruta.
Ao acordar percebi que vivia num profundo abandono.
E ainda meio sonolento, fui vendo que meu mundo se encontrava vazio.
Um reflexo de um autoabandono.
Doei-me disparadamente aos outros, que não restava mais sobras para mim.
Foi aí que eu tive que me olhar um pouco mais.
Quando um ser se alto abandona, para amar o outro, isso não pode ser amor.
Se auto abandonar por amor, não é amor, é covardia.
O amor é nobre demais para ser injusto.
Não se pode dá aquilo que não se tem.
E quando isso acontece, quando doamos aquilo que não temos, ficamos no vermelho.
Ao obter uma pancada de veracidade, precisei caminhar com minhas próprias pernas.
Neste caminho, fui enxergando que eu poderia ser feliz do meu jeito, sem necessidades.
Amar-me mais, porque ainda existo.
Que eu poderia ser melhor comigo;
Tive que aprender a viver em minha companhia.
Vou procurar ser melhor comigo.
Eu não vou desistir de mim.




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