Ludibriado






Foi confiando no amor que me tornei tolo;
Daí tonto tornei-me a ser, por me deixar iludir.
Aí veio a carência, com toda sua porção de perversidade.
Constituindo-me trouxa.
Das coisas que não ouvi.
Das coisas que tu não dizes.
Por fiar-se além da medida no amor.
O que faz um ser correr atrás de outro ser, que o já deixou no ponto de partida?
Necessidade ou insanidade?
Tal corrida precisa ser disparada a dois.
Quando um só corre, vai ter desmoronamento mais à frente.
Porém, não paraliso para pensar, porque tenho expectação.
E assíduo a insistir.
Sendo iludido.
Então em silencio vou me enganando,
Concebendo o teu abraço,
Acreditando no teu cansaço.
Entendendo o teu mormaço.
Fechando os olhos para os outros.
Seduzindo e embaindo o meu desejo de não querer.
Vou me consentindo ludibriado.
Sem evidencia do outro beijo;
Sem data agendada para o próximo aperto,
Sem saber se é mais um acaso de validade,
Se é mais uma aventura por parte sua ou caridade.





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