Menino




Os meus olhos já sorriem.
O coração faz pirueta.
Quando escapo da zona urbana.
Rumo as altitudes perto das estrelas
De mansinho vou fugindo
Para esquecer de lembrar
Das coisas do mal.
Da brisa com sal.
Da rotina infernal. 
Chegando a terra onde meus pés reconhecem.
Meus pais enaltecem.
Onde as plantas agradecem;
As mãos das sementes.
Nutrindo do fragor dos pássaros e dos ventos.
Dos sorrisos e balançado das plantas.
A chuva até cisma, mas o sol perdura.
Contemplando ao redor distingo;
A minha essência é o mato.
Apenas remanesço no asfalto.
Nunca vou deixar de ser menino
Malino, felino e divino.
E seguindo vou matutando
Acordado vou sonhando
Cantigas de roda cantarolando.
Trago um sorriso já conhecido
E um abraço inocente de menino.
Conduzindo com tanta certeza
Sou mato nas veredas;
Brisa nas represas;
Pedra da cachoeira;
Sou a lama da estrada;
O frio da madrugada;
Da noite a calada
Sou calor da tardinha;
O ruído das andorinhas;
Da seresta as cantorias
Sou o açude sangrando;
Janelas vislumbrando;
Energia nova vigorando;
Sou moleque;
Sou menino;
Sou malino.
Sou felino.
Sou divino.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cala a Boca e Me Beija

Devolva meu coração

Sei lá, Ta Tudo Coisado