Carta.

Te vi e me reconheci. 
E como sou daqueles que decifram o código do altruísmo, tu se reconheceste em mim.
Só não inferi decifrar se o desejo era o mesmo, porque não espreito teus olhos. 
E o desejo no escuro só fica visível, ou diria compreensível aos olhos.
Decifrando ou não uma coisa é clara: desconheço tua aspiração.
O meu desejo é tão comedido, que mesmo desejando um beijo, nego com a mesma boca.
Mas reconheço que no intimo de mim o amor sabe me encontrar.
E reconheço que no intimo do meu ser, tal desejo quer fugir e usitar-se.
Só não quero macular seus pensamentos a mim, o que de fato aspiro, é apetecer que teu desejo reaja contíguo ao meu.


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